DARIUS MILHAUD
Nasceu em Marselha – França, em 1892;
Foi compositor e professor de música;
Ficou conhecido pelo uso da politonalidade e do
jazz;
Em 1910, ele já
convivia com um grupo de modernistas;
De 1917 a 1919
viveu no Rio de Janeiro como adido da Embaixada da França;
Durante sua
permanência no Rio de Janeiro, Milhaud compôs Dans les rues de Rio ;
Ampliou a música
modernista no Brasil, em conceito e repertório. Deu relevância a compositores
brasileiros que utilizavam dos tangos brasileiros e maxixes, como Ernesto
Nazareth e Marcelo Tupinambá.
Ao retornar para
a França, ele iria escrever, em 1919, Le Boeuf sur le Toit.
Nesta obra
Milhaud utilizou os ritmos de musicas populares como sambas e maxixes,
incluindo também o tango e o fado português.
Milhaud pretendia
que Charlie Chaplin utilizasse esta música como tema de um de seus filmes.
Morreu em
Genebra, Suíça, aos 81 anos de idade.
CHIQUINHA GONZAGA
Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de
outubro de 1847;
Foi a primeira maestrina e compositora mulher do Brasil;
Atuou no rico ambiente musical do Rio de Janeiro do Segundo Reinado, no
qual imperavam polcas, tangos e valsas;
Educada para ser dama de salão, aos 16 anos Chiquinha se casou com o
promissor empresário Jacinto Ribeiro do Amaral, escolhido por seu pai;
Quando se apaixonou pelo engenheiro
João Batista de Carvalho, abandonou o casamento e foi viver com este;
Ação judicial de divórcio
perpétuo movida pelo marido no Tribunal Eclesiástico, por abandono do lar e
adultério. Ela tinha 18 anos;
Precisava
sobreviver de tocar piano;
Sua estreia como compositora se deu com a polca Atraente;
Professora em casas particulares e pianista no conjunto do flautista
Joaquim Callado;
Em janeiro de 1885, Chiquinha
Gonzaga estreou no teatro com a opereta A corte na roça;
Em 1889, regeu, no Imperial Teatro São Pedro de Alcântara, um original
concerto de violões, promovendo este instrumento ainda estigmatizado;
Militante política, participante de todas as grandes causas sociais do
seu tempo;
1917 – criou a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (Sbat);
Trabalhou intensamente a transição entre a música estrangeira e a
nacional. Abriu o caminho e ajudou a definir os rumos da música propriamente
brasileira, que se consolidaria nas primeiras décadas do século XX;
Atravessou a velhice ao lado de
Joãozinho, a quem a posteridade agradece a preservação do acervo da
compositora;
Chiquinha Gonzaga faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de fevereiro
de 1935, aos 87 anos de idade.
PIXINGUINHA
1897 – Nasce em 23 de abril Alfredo da Rocha
Viana Filho;
1910 – Aos 12 anos de idade Pixinguinha fez
sua estréia como músico;
1913 – Passou a integrar o "Grupo do
Caxangá"; 1914 – Tem sua primeira composição editada pela Casa Carlos
Wehrs – o tango Dominante;
1915 – Tem suas primeiras músicas gravadas: Dominante
e as músicas Carne Assada e Não Tem Nome;
1917 – Compõe Carinhoso;
1919 – Cria junto com os músicos Donga, China
e outros o grupo “Os Oito Batutas”, compõe Um a Zero, e o samba Já Te
Digo;
1926 – Pixinguinha estréia como
orquestrador e regente da Companhia Negra de Revista;
1927 – Pixinguinha se casa com
Albertina, estrela da Companhia Negra de Revista;
1929 – Destaca-se no mundo da música a
gravação do samba de sua autoria: Gavião calçudo;
1932 – Organizou e integrou como
flautista, arranjador e regente o "Grupo da Velha Guarda", conjunto
que reuniu alguns dos maiores instrumentistas brasileiros da época;
1940 – Villa-Lobos aponta Pixinguinha
entre os mais representativos artistas da Música Popular Brasileira;
1946 – Inicia a parceria com o
flautista Benedito Lacerda;
1954 – Sua carreira começa entrar em
declínio; 1956 – É inaugurada a
Rua Pixinguinha, no bairro de Olaria, Rio de Janeiro;
1957 – Pixinguinha realiza inúmeras
gravações;
1958 – Recebe o Prêmio da Cidade de
São Sebastião do Rio de Janeiro, diploma concedido ao melhor arranjador pelo
Correio da Manhã e pela Biblioteca Nacional;
1961 – Pixinguinha é nomeado
Conselheiro, atuando junto ao Conselho Nacional de Cultura;
1967 – Recebe a Ordem de Comendador do
Clube de Jazz e Bossa, dirigido por R.C.Albin e Jorge
Guinle, e o Diploma da
Ordem do Mérito do Trabalho, conferido pelo Presidente da República;
1968 – É lançado o LP Gente da
antiga;
1971 – A RCA Victor lança, em parceria
com o M.I.S, o LP gravado ao vivo Pixinguinha 70 (extraído de concerto
realizado no Teatro Municipal) e a Odeon lança o LP Som Pixinguinha;
1972 – Morre Albertina, a D. Betty
(mulher de Pixinguinha);
1973 – Pixinguinha falece vítima de
problemas cardíacos.
Joaquim Antônio da Silva Callado
1848 a 1880 nasceu no Rio de Janeiro
Compositor, pianista e flautista
Conhecido como Pai dos Chorões.
Gêneros: choro, polca e lundu
Estudou com o maestro Henrique de Mesquita,
para aprender composição e regência
Sua composição de
estréia, "Querosene", foi feita em 1863, aos 15 anos, e o primeiro
sucesso em 1867, uma quadrilha chamada "Carnaval”
No dia 13 de janeiro de 1869, a sua primeira
polca foi publicada, chamada “Querida por todos”, dedicada à Chiquinha
Gonzaga
O 1º grupo de choro – Choro Carioca ou
O Choro de Callado – foi criado em 1870
Em 1873 compôs o “Lundu característico” ,
primeiro lundu1 apresentado em concerto. Teve êxito e foi nomeado
para a cadeira de flauta no Imperial Conservatório de Música
As polcas “Como é bom” e “Cruzes, minha prima!”
foram publicadas em 1875
Em 1879, devido ao seu prestígio na corte,
D. Pedro II fê-lo Cavaleiro da Ordem da Rosa, condecoração máxima do
Império
Curiosidade – Callado tocava choro de
improviso, em casamento, batizado , aniversário, entre outras reuniões
Inicialmente composto por dois violões, uma flauta e um
cavaquinho. O grupo “O Choro de Calado” começou adotando a
polca-de-serenata, que trazia passagens modulantes em ritmo acelerado. No
começo, o choro possuía improvisações, em que os violões criavam o ambiente
para a flauta solar e o cavaquinho fazia um papel intermediário entre eles.
“na música de Callado há uma sensibilidade nitidamente nossa, não só na lírica, como no modo de compor e no trato dos instrumentos” Renato Almeida
HEITOR VILLA-LOBOS
1887 a 1959
Nasceu no Rio de Janeiro
Maestro e compositor brasileiro
Principal responsável pela descoberta de uma
linguagem peculiarmente Brasileira, na música
Considerado em
vida, o maior compositor das Américas
Compôs mais de 1.000 obras
Ária (Cantilena)
Tocata (O
Trenzinho do Caipira)
Uirapuru
A Maré Encheu
Kankikis
Choros Número 1
Choros Número 5
Villa-Lobos Fala
Participou da
Semana da Arte Moderna de 1922
3 apresentações, sendo que, cada uma tinha um
repertório diferente
Curiosidade: não teve muito público
“Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que escrevo.” Heitor Villa-Lobos
É
possível encontrar na obra de Villa-Lobos preferências por alguns recursos
estilísticos:
- combinações inusitadas de instrumentos
- arcadas bem puxadas nas cordas
- uso de percussão popular
- imitação do cantos de pássaros
LUCIANO GALLET
1893 a 1931
Nasceu no Rio de Janeiro
Compositor, professor, pianista, regente e
folclorista
Em 1911 ingressa no Instituto Nacional da
Música e teve forte influência do Glauco Velásquez
Em 1917 tornou-se
aluno do Darius Milhaud (compositor modernista francês que passou um
período no Brasil), e passou a ter contato com o modernismo musical europeu
Em 1918 Gallet lançou-se como compositor,
revelando em suas primeiras composições uma forte influência da música francesa
Teve contato com o movimento modernista em
1920 e começou a estudar folclore
Liderou movimentos em favor da melhoria da
atividade musical no Brasil e com esta intenção, fundou e Dirigiu, em 1928,
a Revista Weco. Também foi fundador da Associação Brasileira de
Música em 1930
Obra e Estilo | A obra de Gallet, pode ser dividida em 3
momentos distintos
- 1º: impressionista, sendo influenciado principalmente por Debussy e Velásquez
- 2º: busca a representação da brasilidade atrás do seu folclore comparado, analisado e reconstituído
- 3º: obras originais construídas a partir de material adquirido, representativas de sua feição estética pessoal
Luciano Gallet viveu no período das descobertas, quando modernismo enacionalismo se complementavam numa simultaneidade histórica, abrindo novoscaminhos à criação artística e defrontando artistas com sua própria realidade. A buscado sentido de brasilidade, se não orientou toda a sua obra, pelo menos determinou ocaminho que ele se propôs a seguir”. (ABREU, M.; GUEDES, Z. O Piano na Música Brasileira. Porto Alegre: Movimento, 1992:154)
ERNESTO NAZARETH
Ernesto Júlio de Nazareth nasceu em 30/3/1863 no Rio de Janeiro.
Começou estudar piano com sua mãe, também pianista mas que faleceu quando ele tinha apenas 10 anos. Casou-se aos 23 anos com Teodora Amália de Meireles. Tiveram quatro filhos. Odeon, composta em 1910, em homenagem ao cinema de mesmo nome onde Nazareth tocou piano por muitos anos, recebeu várias gravações ainda sem letra.
Começou estudar piano com sua mãe, também pianista mas que faleceu quando ele tinha apenas 10 anos. Casou-se aos 23 anos com Teodora Amália de Meireles. Tiveram quatro filhos. Odeon, composta em 1910, em homenagem ao cinema de mesmo nome onde Nazareth tocou piano por muitos anos, recebeu várias gravações ainda sem letra.
Nos anos 40, Hubaldo Maurício fez a primeira letra para o choro Odeon
que foi gravado por Dircinha Costa em 1963. Em 1968 Nara Leão também quis
gravar Odeon mas não gostando da letra pediu a Vinícius de Moraes que fizesse
outra letra. Assim nasceu a letra gravada por Nara, com ênfase no choro e não
no cinema como era a anterior.
O maestro Heitor Villa-Lobos considerava Nazareth "a verdadeira encarnação da alma brasileira".
O maestro Heitor Villa-Lobos considerava Nazareth "a verdadeira encarnação da alma brasileira".
Segundo o musicólogo Mário de Andrade, "Nazareth era um virtuoso
do piano. A síncopa nas suas mãos é como o jogo de bolas do pelotiqueiro. Faz
dela o que quer. Ela se transfigura, move-se dentro do compasso, irriquieta e
irregular, num saracoteio perpétuo. Ninguém melhor que ele para representar o
espiritamento achacoalhado e jovial do carioca". Muitos críticos
consideram Nazareth como o elo de ligação entre a música clássica e a música
popular do Brasil. Autor de noventa tangos, quarenta valsas, vinte polcas e
outros tantos choros. As de maior sucesso foram: "Apanhei-te
cavaquinho", "Odeon", "Brejeiro", "Ameno
Resedá", "Dengoso", "Travesso", "Fon Fon",
"Tenebroso" e muitas outras. Os abalos emocionais sofridos por
Nazareth, como a morte de sua mulher e logo em seguida de sua filha, fizeram
com que ficasse mentalmente muito doente, tendo sido internado em 1933, morrendo
em 4/2/1934.
CARLOS GOMES
Antônio Carlos Gomes nasceu em Campinas SP, em 11 de julho de 1836.
Estudou música com o pai e fez sucesso em São Paulo com o "Hino
Acadêmico" e com a modinha "Quem sabe?" (Tão longe, de mim
distante"), de 1860. Continuou os estudos no conservatório do Rio de
Janeiro, onde foram apresentadas suas primeiras óperas: "A noite do
castelo" (1861) e "Joana de Flandres" (1863).
Com uma bolsa de estudos para o conservatório, estudou em Milão com
Lauro Rossi e diplomou-se em 1866. Em 19 de março de 1870 estreou no Teatro
Scala de Milão com sua ópera mais conhecida, "O guarani", baseada no
romance do mesmo nome, de José de Alencar. Encenada depois nas principais
capitais europeias, essa ópera consagrou o autor e deu-lhe a reputação de um
dos maiores compositores líricos da época.
O sucesso europeu de O Guarani repetiu-se no Brasil, onde Carlos Gomes
permaneceu por alguns meses antes de retornar a Milão, com uma bolsa de estudos
oferecida por D. Pedro II, para iniciar a composição "Fosca",
melodrama em quatro atos que estreou em 1873 no Scala de Milão. Mal recebida
pelo público e pela crítica, essa viria a ser considerada mais tarde como a
mais importante de suas obras. Depois de "Salvador Rosa" (1874) e
"Maria Tudor" (1879), Carlos Gomes voltou ao Brasil e foi recebido
triunfalmente. Nessa temporada brasileira, dirigiu na Bahia e no Rio de Janeiro
a montagem de O Guarani e de Salvador Rosa. Ainda na Bahia apresentou
"Hino a Camões" e em São Paulo realizou, no Teatro São José, a
primeira montagem de O Guarani.
A partir de 1882, Carlos Gomes passou a dividir seu tempo entre o
Brasil e a Europa. No Teatro Lírico do Rio de Janeiro estreou "O
escravo" (1889). Com a proclamação da república, perdeu o apoio oficial e
a esperança de ser nomeado diretor da Escola de Música do Rio de Janeiro.
Retornou então a Milão e estreou "O condor" (1891), no Scala de
Milão.
Doente e em dificuldades financeiras, compôs seu último trabalho,
"Colombo", oratório em quatro atos para coro e orquestra a que chamou
poema vocal sinfônico e dedicou ao quarto centenário do descobrimento da
América. A obra foi encenada em 1892 no Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Em
1895 Carlos Gomes dirigiu O Guarani no Teatro São Carlos, de Lisboa, cidade em
que recebeu a última homenagem: foi condecorado pelo rei Carlos I.
No mesmo ano chegou ao Pará, já doente, para ocupar a diretoria do
Conservatório de Música de Belém, cargo criado pelo governador Lauro Sodré para
ajudá-lo. Antônio Carlos Gomes morreu em Belém, no dia 16 de setembro de 1896.
ALBERTO NEPOMUCENO
Nasceu em Fortaleza no dia 6 de julho de 1864 e faleceu no Rio de
Janeiro em 16 de outubro de 1920. Considerado o pai da canção de câmara
brasileira, tendo insistido na necessidade de utilização do idioma nacional
como mais uma forma de nacionalizar a linguagem musical. Em 1872 foi para
Recife estudar piano e violino. La manteve amizade com alunos e mestres da
Faculdade de Direito, entre os quais fervilhavam idéias e análises sociais de
vanguarda. Tornou-se um defensor atuante das causas republicanas e abolicionistas,
sem descuidar, no entanto, de suas atividades como músico.
Em 1885 mudou-se para o Rio de Janeiro, dando continuidade aos seus
estudos de piano. Seu grande interesse pela literatura brasileira e pela
valorização da língua portuguesa, aproximou-o de alguns dos mais importantes
autores da época, surgindo, da parceria com poetas e escritores, várias
composições como Artemis, Coração triste e Numa Concha. Em 1887 compôs Dança de
Negros, com utilização de motivos étnicos brasileiros, e que mais tarde se
tornou Batuque, da Série Brasileira. Dessa época são Mazurca, Une Fleur, Ave
Maria e Marcha Fúnebre. Em 1888 foi para a Europa, com o objetivo de ampliar
sua formação musical. Primeiro esteve em Roma. Em 1890 foi para Berlim, onde
aperfeiçoou seu domínio da língua alemã e estudou composição.
Em 1893 casou-se com a pianista norueguesa Walborg Bang, aluna de
Edvard Grieg, o mais importante compositor norueguês da época, representante
máximo do nacionalismo romântico. Após seu casamento, foi morar na casa de
Grieg em Bergen. Esta amizade foi fundamental para que Nepomuceno elaborasse um
ideal nacionalista e, sobretudo, se definisse por uma obra atenta à riqueza
cultural brasileira. Em 1894 foi para Paris aprimorar os estudos de órgão. Lá
conheceu Saint-Saëns, Charles Bordes, Vicent D'Indy e outros. A convite de
Charles Chabault, catedrático de grego na Sorbonne, escreveu a música
incidental para a tragédia Electra. Em 1895 realizou um concerto histórico:
apresentou pela primeira vez, no Instituto Nacional de Música, uma série de
canções de sua autoria, em português. Estava deflagrada a guerra pela
nacionalização da música erudita brasileira, contrariando aqueles que afirmavam
que a língua portuguesa era inadequada para o bel canto. A luta pela nacionalização
da música erudita foi ampliada com o início de suas atividades na Associação de
Concertos Populares, que dirigiu por dez anos (1896-1906), promovendo o
reconhecimento de compositores brasileiros. A sua coletânea de doze canções em
português foi lançada em 1904. O Garatuja, comédia lírica baseada na obra
homônima de José de Alencar, é considerada a primeira ópera verdadeiramente
brasileira no tocante à música, ambientação e utilização da língua portuguesa.
O link abaixo traz mais sobre o histórico da música nacional
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