quarta-feira, 15 de maio de 2013

Principais músicos de 1822 a 1922


DARIUS MILHAUD

      Nasceu em Marselha França, em 1892;
Foi compositor e professor de música;
Ficou conhecido pelo uso da politonalidade e do jazz;
Em 1910, ele já convivia com um grupo de modernistas;
De 1917 a 1919 viveu no Rio de Janeiro como adido da Embaixada da França;
Durante sua permanência no Rio de Janeiro, Milhaud compôs Dans les rues de Rio ;
Ampliou a música modernista no Brasil, em conceito e repertório. Deu relevância a compositores brasileiros que utilizavam dos tangos brasileiros e maxixes, como Ernesto Nazareth e Marcelo Tupinambá.
Ao retornar para a França, ele iria escrever, em 1919, Le Boeuf sur le Toit.
Nesta obra Milhaud utilizou os ritmos de musicas populares como sambas e maxixes, incluindo também o tango e o fado português.
Milhaud pretendia que Charlie Chaplin utilizasse esta música como tema de um de seus filmes.
Morreu em Genebra, Suíça, aos 81 anos de idade. 




CHIQUINHA GONZAGA

Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de outubro de 1847;
Foi a primeira maestrina e compositora mulher do Brasil;
Atuou no rico ambiente musical do Rio de Janeiro do Segundo Reinado, no qual imperavam polcas, tangos e valsas;
Educada para ser dama de salão, aos 16 anos Chiquinha se casou com o promissor empresário Jacinto Ribeiro do Amaral, escolhido por seu pai;
Quando  se apaixonou pelo engenheiro João Batista de Carvalho, abandonou o casamento e foi viver com este;
Ação judicial de divórcio perpétuo movida pelo marido no Tribunal Eclesiástico, por abandono do lar e adultério. Ela tinha 18 anos;
Precisava sobreviver de tocar piano;
Sua estreia como compositora se deu com a polca Atraente;
Professora em casas particulares e pianista no conjunto do flautista Joaquim Callado;
Em janeiro de 1885, Chiquinha Gonzaga estreou no teatro com a opereta A corte na roça;


Em 1889, regeu, no Imperial Teatro São Pedro de Alcântara, um original concerto de violões, promovendo este instrumento ainda estigmatizado;
Militante política, participante de todas as grandes causas sociais do seu tempo;
1917 – criou a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (Sbat);
Trabalhou intensamente a transição entre a música estrangeira e a nacional. Abriu o caminho e ajudou a definir os rumos da música propriamente brasileira, que se consolidaria nas primeiras décadas do século XX;
Atravessou a velhice ao lado de Joãozinho, a quem a posteridade agradece a preservação do acervo da compositora;
Chiquinha Gonzaga faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de fevereiro de 1935, aos 87 anos de idade.



PIXINGUINHA

1897 – Nasce em 23 de abril Alfredo da Rocha Viana Filho;
1910 – Aos 12 anos de idade Pixinguinha fez sua estréia como músico;
1913 – Passou a integrar o "Grupo do Caxangá"; 1914 – Tem sua primeira composição editada pela Casa Carlos Wehrs – o tango Dominante;
1915 – Tem suas primeiras músicas gravadas: Dominante e as músicas Carne Assada e Não Tem Nome;
1917 – Compõe Carinhoso;
1919 – Cria junto com os músicos Donga, China e outros o grupo “Os Oito Batutas”, compõe Um a Zero, e o samba Já Te Digo;
1926 – Pixinguinha estréia como orquestrador e regente da Companhia Negra de Revista;
1927 – Pixinguinha se casa com Albertina, estrela da Companhia Negra de Revista;
1929 – Destaca-se no mundo da música a gravação do samba de sua autoria: Gavião calçudo;
1932 – Organizou e integrou como flautista, arranjador e regente o "Grupo da Velha Guarda", conjunto que reuniu alguns dos maiores instrumentistas brasileiros da época;
1940 – Villa-Lobos aponta Pixinguinha entre os mais representativos artistas da Música Popular Brasileira;
1946 – Inicia a parceria com o flautista Benedito Lacerda;
1954 – Sua carreira começa entrar em declínio; 1956 – É inaugurada a Rua Pixinguinha, no bairro de Olaria, Rio de Janeiro;
1957 – Pixinguinha realiza inúmeras gravações;
1958 – Recebe o Prêmio da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, diploma concedido ao melhor arranjador pelo Correio da Manhã e pela Biblioteca Nacional;
1961 – Pixinguinha é nomeado Conselheiro, atuando junto ao Conselho Nacional de Cultura;
1967 – Recebe a Ordem de Comendador do Clube de Jazz e Bossa, dirigido por R.C.Albin e Jorge 
Guinle, e o Diploma da Ordem do Mérito do Trabalho, conferido pelo Presidente da República;
1968 – É lançado o LP Gente da antiga;
1971 – A RCA Victor lança, em parceria com o M.I.S, o LP gravado ao vivo Pixinguinha 70 (extraído de concerto realizado no Teatro Municipal) e a Odeon lança o LP Som Pixinguinha;
1972 – Morre Albertina, a D. Betty (mulher de Pixinguinha);
1973 – Pixinguinha falece vítima de problemas cardíacos.


Joaquim Antônio da Silva Callado

1848 a 1880 nasceu no Rio de Janeiro
Compositor, pianista e flautista
Conhecido como Pai dos Chorões. Gêneros: choro, polca e lundu
Estudou com o maestro Henrique de Mesquita, para aprender composição e regência
Sua composição de estréia, "Querosene", foi feita em 1863, aos 15 anos, e o primeiro sucesso em 1867, uma quadrilha chamada "Carnaval”
No dia 13 de janeiro de 1869, a sua primeira polca foi publicada, chamada “Querida por todos”, dedicada à Chiquinha Gonzaga
O 1º grupo de choro – Choro Carioca ou O Choro de Callado – foi criado em 1870
Em 1873 compôs o “Lundu característico” , primeiro lundu1 apresentado em concerto. Teve êxito e foi nomeado para a cadeira de flauta no Imperial Conservatório de Música
As polcas “Como é bom” e “Cruzes, minha prima!” foram publicadas em 1875
Em 1879, devido ao seu prestígio na corte, D. Pedro II fê-lo Cavaleiro da Ordem da Rosa, condecoração máxima do Império
Curiosidade – Callado tocava choro de improviso, em casamento, batizado , aniversário, entre outras reuniões



Inicialmente composto por dois violões, uma flauta e um cavaquinho. O grupo “O Choro de Calado” começou adotando a polca-de-serenata, que trazia passagens modulantes em ritmo acelerado. No começo, o choro possuía improvisações, em que os violões criavam o ambiente para a flauta solar e o cavaquinho fazia um papel intermediário entre eles. 



“na música de Callado há uma sensibilidade nitidamente nossa, não só na lírica, como no modo de compor e no trato dos instrumentos” Renato Almeida


HEITOR VILLA-LOBOS

1887 a 1959
Nasceu no Rio de Janeiro
Maestro e compositor brasileiro
Principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente Brasileira, na música
Considerado em vida, o maior compositor das Américas
Compôs mais de 1.000 obras

Nomes das principais músicas:
Ária (Cantilena)
Tocata (O Trenzinho do Caipira)
Uirapuru
A Maré Encheu
Kankikis
Choros Número 1
Choros Número 5
Villa-Lobos Fala

Participou da Semana da Arte Moderna de 1922
3 apresentações, sendo que, cada uma tinha um repertório diferente
Curiosidade: não teve muito público

“Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que escrevo.” Heitor Villa-Lobos











É possível encontrar na obra de Villa-Lobos preferências por alguns recursos estilísticos:
  •  combinações inusitadas de instrumentos
  •  arcadas bem puxadas nas cordas
  •  uso de percussão popular
  •  imitação do cantos de pássaros



LUCIANO GALLET



1893 a 1931
Nasceu no Rio de Janeiro
Compositor, professor, pianista, regente e folclorista
Em 1911 ingressa no Instituto Nacional da Música e teve forte influência do Glauco Velásquez
Em 1917 tornou-se aluno do Darius Milhaud (compositor modernista francês que passou um período no Brasil), e passou a ter contato com o modernismo musical europeu
Em 1918 Gallet lançou-se como compositor, revelando em suas primeiras composições uma forte influência da música francesa
Teve contato com o movimento modernista em 1920 e começou a estudar folclore
Liderou movimentos em favor da melhoria da atividade musical no Brasil e com esta intenção, fundou e Dirigiu, em 1928, a Revista Weco. Também foi fundador da Associação Brasileira de Música em 1930


Obra e Estilo | A obra de Gallet, pode ser dividida em 3 momentos distintos
  • 1º: impressionista, sendo influenciado principalmente por Debussy e Velásquez
  •  2º: busca a representação da brasilidade atrás do seu folclore comparado, analisado e reconstituído
  •  3º: obras originais construídas a partir de material adquirido, representativas de sua feição estética pessoal
Luciano Gallet viveu no período das descobertas, quando modernismo enacionalismo se complementavam numa simultaneidade histórica, abrindo novoscaminhos à criação artística e defrontando artistas com sua própria realidade. A buscado sentido de brasilidade, se não orientou toda a sua obra, pelo menos determinou ocaminho que ele se propôs a seguir”. (ABREU, M.; GUEDES, Z. O Piano na Música Brasileira. Porto Alegre: Movimento, 1992:154)

ERNESTO NAZARETH


Ernesto Júlio de Nazareth nasceu em 30/3/1863 no Rio de Janeiro.
Começou estudar piano com sua mãe, também pianista mas que faleceu quando ele tinha apenas 10 anos. Casou-se aos 23 anos com Teodora Amália de Meireles. Tiveram quatro filhos. Odeon, composta em 1910, em homenagem ao cinema de mesmo nome onde Nazareth tocou piano por muitos anos, recebeu várias gravações ainda sem letra.
Nos anos 40, Hubaldo Maurício fez a primeira letra para o choro Odeon que foi gravado por Dircinha Costa em 1963. Em 1968 Nara Leão também quis gravar Odeon mas não gostando da letra pediu a Vinícius de Moraes que fizesse outra letra. Assim nasceu a letra gravada por Nara, com ênfase no choro e não no cinema como era a anterior.
O maestro Heitor Villa-Lobos considerava Nazareth "a verdadeira encarnação da alma brasileira".
Segundo o musicólogo Mário de Andrade, "Nazareth era um virtuoso do piano. A síncopa nas suas mãos é como o jogo de bolas do pelotiqueiro. Faz dela o que quer. Ela se transfigura, move-se dentro do compasso, irriquieta e irregular, num saracoteio perpétuo. Ninguém melhor que ele para representar o espiritamento achacoalhado e jovial do carioca". Muitos críticos consideram Nazareth como o elo de ligação entre a música clássica e a música popular do Brasil. Autor de noventa tangos, quarenta valsas, vinte polcas e outros tantos choros. As de maior sucesso foram: "Apanhei-te cavaquinho", "Odeon", "Brejeiro", "Ameno Resedá", "Dengoso", "Travesso", "Fon Fon", "Tenebroso" e muitas outras. Os abalos emocionais sofridos por Nazareth, como a morte de sua mulher e logo em seguida de sua filha, fizeram com que ficasse mentalmente muito doente, tendo sido internado em 1933, morrendo em 4/2/1934.



CARLOS GOMES

Antônio Carlos Gomes nasceu em Campinas SP, em 11 de julho de 1836. Estudou música com o pai e fez sucesso em São Paulo com o "Hino Acadêmico" e com a modinha "Quem sabe?" (Tão longe, de mim distante"), de 1860. Continuou os estudos no conservatório do Rio de Janeiro, onde foram apresentadas suas primeiras óperas: "A noite do castelo" (1861) e "Joana de Flandres" (1863).
Com uma bolsa de estudos para o conservatório, estudou em Milão com Lauro Rossi e diplomou-se em 1866. Em 19 de março de 1870 estreou no Teatro Scala de Milão com sua ópera mais conhecida, "O guarani", baseada no romance do mesmo nome, de José de Alencar. Encenada depois nas principais capitais europeias, essa ópera consagrou o autor e deu-lhe a reputação de um dos maiores compositores líricos da época.
O sucesso europeu de O Guarani repetiu-se no Brasil, onde Carlos Gomes permaneceu por alguns meses antes de retornar a Milão, com uma bolsa de estudos oferecida por D. Pedro II, para iniciar a composição "Fosca", melodrama em quatro atos que estreou em 1873 no Scala de Milão. Mal recebida pelo público e pela crítica, essa viria a ser considerada mais tarde como a mais importante de suas obras. Depois de "Salvador Rosa" (1874) e "Maria Tudor" (1879), Carlos Gomes voltou ao Brasil e foi recebido triunfalmente. Nessa temporada brasileira, dirigiu na Bahia e no Rio de Janeiro a montagem de O Guarani e de Salvador Rosa. Ainda na Bahia apresentou "Hino a Camões" e em São Paulo realizou, no Teatro São José, a primeira montagem de O Guarani.


A partir de 1882, Carlos Gomes passou a dividir seu tempo entre o Brasil e a Europa. No Teatro Lírico do Rio de Janeiro estreou "O escravo" (1889). Com a proclamação da república, perdeu o apoio oficial e a esperança de ser nomeado diretor da Escola de Música do Rio de Janeiro. Retornou então a Milão e estreou "O condor" (1891), no Scala de Milão.
Doente e em dificuldades financeiras, compôs seu último trabalho, "Colombo", oratório em quatro atos para coro e orquestra a que chamou poema vocal sinfônico e dedicou ao quarto centenário do descobrimento da América. A obra foi encenada em 1892 no Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Em 1895 Carlos Gomes dirigiu O Guarani no Teatro São Carlos, de Lisboa, cidade em que recebeu a última homenagem: foi condecorado pelo rei Carlos I.
No mesmo ano chegou ao Pará, já doente, para ocupar a diretoria do Conservatório de Música de Belém, cargo criado pelo governador Lauro Sodré para ajudá-lo. Antônio Carlos Gomes morreu em Belém, no dia 16 de setembro de 1896.



ALBERTO NEPOMUCENO

Nasceu em Fortaleza no dia 6 de julho de 1864 e faleceu no Rio de Janeiro em 16 de outubro de 1920. Considerado o pai da canção de câmara brasileira, tendo insistido na necessidade de utilização do idioma nacional como mais uma forma de nacionalizar a linguagem musical. Em 1872 foi para Recife estudar piano e violino. La manteve amizade com alunos e mestres da Faculdade de Direito, entre os quais fervilhavam idéias e análises sociais de vanguarda. Tornou-se um defensor atuante das causas republicanas e abolicionistas, sem descuidar, no entanto, de suas atividades como músico.
Em 1885 mudou-se para o Rio de Janeiro, dando continuidade aos seus estudos de piano. Seu grande interesse pela literatura brasileira e pela valorização da língua portuguesa, aproximou-o de alguns dos mais importantes autores da época, surgindo, da parceria com poetas e escritores, várias composições como Artemis, Coração triste e Numa Concha. Em 1887 compôs Dança de Negros, com utilização de motivos étnicos brasileiros, e que mais tarde se tornou Batuque, da Série Brasileira. Dessa época são Mazurca, Une Fleur, Ave Maria e Marcha Fúnebre. Em 1888 foi para a Europa, com o objetivo de ampliar sua formação musical. Primeiro esteve em Roma. Em 1890 foi para Berlim, onde aperfeiçoou seu domínio da língua alemã e estudou composição.
Em 1893 casou-se com a pianista norueguesa Walborg Bang, aluna de Edvard Grieg, o mais importante compositor norueguês da época, representante máximo do nacionalismo romântico. Após seu casamento, foi morar na casa de Grieg em Bergen. Esta amizade foi fundamental para que Nepomuceno elaborasse um ideal nacionalista e, sobretudo, se definisse por uma obra atenta à riqueza cultural brasileira. Em 1894 foi para Paris aprimorar os estudos de órgão. Lá conheceu Saint-Saëns, Charles Bordes, Vicent D'Indy e outros. A convite de Charles Chabault, catedrático de grego na Sorbonne, escreveu a música incidental para a tragédia Electra. Em 1895 realizou um concerto histórico: apresentou pela primeira vez, no Instituto Nacional de Música, uma série de canções de sua autoria, em português. Estava deflagrada a guerra pela nacionalização da música erudita brasileira, contrariando aqueles que afirmavam que a língua portuguesa era inadequada para o bel canto. A luta pela nacionalização da música erudita foi ampliada com o início de suas atividades na Associação de Concertos Populares, que dirigiu por dez anos (1896-1906), promovendo o reconhecimento de compositores brasileiros. A sua coletânea de doze canções em português foi lançada em 1904. O Garatuja, comédia lírica baseada na obra homônima de José de Alencar, é considerada a primeira ópera verdadeiramente brasileira no tocante à música, ambientação e utilização da língua portuguesa. 


O link abaixo traz mais sobre o histórico da música nacional 

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