sábado, 4 de maio de 2013

História da música brasileira | Cronologia 1822 a 1922


Principais acontecimentos

1822 – a Independência do Brasil é proclamada pelo Dom Pedro I em São Paulo;
1823 – Guerra da Independência do Brasil (batalhas de Itaparica e Jenipapo);
1824 – É outorgada a primeira constituição brasileira por Dom Pedro I;
1825 – Início da Guerra da Cisplatina (América do Sul) – disputa pela posse da atual região da República Oriental do Uruguai;
1826 – a Academia Imperial de Belas Artes é inaugurada por Dom Pedro I e sua filha D. Maria II de Portugal; Em Portugal morre D. João VI que tem como sucessor legítimo D. Pedro I;
1830 – o tráfico de escravos é considerado ilegal; Morre o padre e compositor José Maurício Nunes Garcia
1831 Dom Pedro I abdica do trono em favor do filho Dom Pedro II; Confrontos entre nacionalistas e absolutistas no Rio de Janeiro, Noite das Garrafadas;
1834 – início da Cabanagem, no Pará;
1835 a 1845 – Revolução Farroupilha;
1837 – revolta da Sabinada (Bahia);
1838 – fim da revolta da Sabinada e inicio da Balaiada (Maranhão);
1864 Guerra do Paraguai
1870 – o compositor e flautista Joaquim Antônio da Silva Callado (1848-1880), considerado o pai dos "chorões", forma o conjunto Choro Carioca. Nesta época a palavra "choro"designa apenas "conjunto musical". Somente em 1910 o termo é utilizado para designar estilo musical;
1887 – Nasce, no Rio de Janeiro, Heitor Villa- Lobos (1887-1959) e o compositor, regente; e professor Oscar Lorenzo Fernandez (1887-1948) que, além de sua carreira, luta ao lado de Villa-Lobos, pela consolidação do nacionalismo musical;
1888 – Em 13 de maio, a Princesa Isabel assina a Lei Áurea, abolindo a escravatura no Brasil;
1889 – Dedicada à Princesa Isabel, estréia, no Rio de Janeiro, a ópera "O Escravo", de Carlos Gomes (1836-1896), compositor brasileiro; O comendador Carlos Monteiro e Souza, agente de Thomas Edson no Brasil, apresenta o fonógrafo ao imperador Dom Pedro II; Pondo fim ao Império liderado por Dom Pedro II, é proclamada, em 15 de novembro, a República no Brasil, pelo marechal Deodoro da Fonseca, que assume o Governo Provisório;
1890 Alexandre Levy (1864-1892), compositor brasileiro de origem judaica francesa e suíça, compõe a "Suíte Brasileira", um dos marcos do nacionalismo musical brasileiro;
1891 – O compositor Alberto Nepomuceno (1864-1920), nascido em Fortaleza, capital do estado do Ceará, escreve, em Berlim, a "Série Brasileira", da qual faz parte o "Batuque", que os críticos brasileiros da época julgaram um "verdadeiro ultraje à divina arte"; O marechal Deodoro da Fonseca renuncia e o marechal Floriano Peixoto assume a presidência do Brasil;
1892 Carlos Gomes compõe e faz estrear, no Rio de Janeiro, o oratório "Colombo", escrito para comemorar o quarto centenário do descobrimento da América;
1893 – No Rio de Janeiro, nasce Luciano Gallet (1893-1931), pianista e compositor de ascendência francesa. É companheiro de Villa-Lobos, como instrumentista, nas orquestras de salão do início do séc. XX; Em São Paulo - capital, nasce um dos mentores do modernismo brasileiro nas artes: o escritor, pesquisador de folclore e professor Mário de Andrade (1893-1945);
1894 – Morre Xisto Bahia (1841-1894), um dos grandes nomes que forma as bases da música popular brasileira; Prudente de Morais é eleito presidente da República, sendo o primeiro civil a ocupar esse posto e o primeiro a ser eleito através do voto direto;
1895 – 1º baile de máscaras do Teatro Fênix Dramático, no RJ, que destaca a presença de mulatas dançando o maxixe ao som da orquestra regida por Anacleto de Medeiros; Sob a direção de José Veríssimo, é criada a "Revista Brasileira", que se transforma na base de organização da Academia Brasileira de Letras (ABL). A publicação reúne intelectuais como Machado de Assis;
1897 – No RJ, nasce o flautista, saxofonista e compositor Alfredo Vianna da Rocha Filho, o Pixinguinha (1897-1973); Francisco Mignone, compositor, pianista, regente, professor e escritor de ascendência italiana, nasce em São Paulo (1897-1986); Campos Sales, de São Paulo, é eleito presidente da República;
1899 – A pedido do Cordão Rosa de Ouro, Chiquinha Gonzaga (1847-1935), autora de peças instrumentais, canções e operetas, escreve um de seus grandes êxitos, a marcha carnavalesca "Ô Abre Alas", vinte anos antes de fixar-se esse gênero de música;
1902 – O tcheco Fred Figner coloca à venda, em sua loja - a Casa Edson - à Rua do Ouvidor, centro do Rio de Janeiro, os primeiros gramofones e os primeiros discos gravados no Brasil e fabricados na Alemanha; Alberto Nepomuceno assume a direção do Instituto Nacional de Música (atual Escola de Música da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) e inicia forte campanha pelo canto em português, compondo, desde então, quase exclusivamente em língua nacional; O paulista Rodrigues Alves é eleito presidente da República;
1903 – Em Ubá, estado de Minas Gerais, nasce Ary Barroso (1903-1964), compositor de canções que tanto sucesso fizeram e fazem no Brasil e no exterior, além de pianista, locutor esportivo e grande divulgador da música brasileira;
1904 – Nasce Lamartine Babo (1904-1963), famoso compositor de marchinhas carnavalescas como "O Teu Cabelo Não Nega" - em parceria com os Irmãos Valença - e de hinos de times de futebol;
1905 Francisco Braga (1868-1945), compositor nascido no Rio de Janeiro, escreve, por encomenda do prefeito Pereira Passos, o "Hino à Bandeira", com versos do poeta Olavo Bilac; Nasce, no estado do Pará, o compositor e pianista Waldemar Henrique (1905-1945), que vem a se destacar, sobretudo, como autor de canções baseadas no folclore amazonense;
1906 – Em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, nasce o autor das "Brasilianas", o compositor, pianista, arranjador e regente Radamés Gnattali (1906-1988), que vê sua carreira dividida entre o universo clássico e o popular. Dirige a orquestra da Rádio Nacional do Rio de Janeiro em sua fase áurea; Afonso Pena, natural de Minas Gerais, é eleito presidente da República; Em Paris, Santos Dumont realiza, pela primeira vez em todo o mundo, o vôo público de um aeroplano, o 14-Bis;
1907 – Morre Anacleto de Medeiros (1866-1907), chorão, instrumentista versátil e organizador da primeira Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. É autor da melodia "Yara", que recebe letra do maranhense Catullo da Paixão Cearense (1866-1946) e, com esta, passa a ser intitulada "Rasga o Coração". Essa canção é utilizada por Villa-Lobos em seu "Choros Nº 10"; Em São Paulo, nasce o compositor Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993), filho de pai italiano e mãe brasileira, que vem encontrar, em Mário de Andrade, um grande orientador; Nasce o compositor José Siqueira (1907-1985), em Conceição, estado da Paraíba. É considerado um dos organizadores da vida musical carioca, impondo à sociedade local da época uma consciência musical;
1909 – Nasce, em Portugal, a cantora, atriz e dançarina Carmen Miranda (1909-1955), que vem a ser a "pequena notável" para os brasileiros e "Brazilian bombshell" para os norte-americanos, e que, a partir da década de 1940, se torna, ao lado de Villa-Lobos, na área da cultura, uma das peças-chave da política de "boa vizinhança" criada pelos EUA; Inauguração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro; O poeta Osório Duque Estrada escreve a letra do Hino Nacional tal como é cantada hoje. Francisco Manuel da Silva (1795-1865), autor da música escrita em 1831, não imaginava estar compondo o futuro hino oficial do Brasil;
1910 – Em Vila Isabel – RJ, nasce o compositor Noel Rosa (1910-1937). Deixa, apesar de seus breves 26 anos de vida, muitos sucessos como, "Feitiço da Vila", "Três apitos", "Com que Roupa" e "Palpite Infeliz"; Eleito presidente da República o marechal Hermes da Fonseca. Inaugurada, no RJ, a Biblioteca Nacional - hoje Fundação Biblioteca Nacional - a maior da América Latina;
1911 – Nasce em Cambuquira – MG, José Vieira Brandão (1911-2002), pianista, compositor e regente coral, além de intérprete, colaborador e amigo pessoal de Villa-Lobos;
1912 – Na cidade de Exu - PE, nasce o famoso autor de "Asa Branca", Luiz Gonzaga (1912-1989), o "Rei do Baião", que também fica conhecido como Gonzagão; No Rio de Janeiro, é inaugurado o bondinho do Pão de Açúcar;
1913 – A Casa Edson instala, à Rua 28 de Setembro, na cidade do Rio de Janeiro, a fábrica de discos Odeon, a primeira da América do Sul;
1914 Nair de Teffé, esposa do presidente Hermes da Fonseca, apresenta em recepção oficial no Palácio do Catete (sede do governo brasileiro), "Gaúcho", conhecido como "O Corta-Jaca" de Chiquinha Gonzaga. Falece, no Rio de Janeiro, Glauco Velásquez (1883-1914), compositor nascido na Itália. Explora em suas últimas obras, a estética da vanguarda européia; Nasce em Petrópolis - RJ, o compositor, professor e folclorista César Guerra-Peixe (1914-1993). Nasce Dorival Caymmi, compositor baiano que escreve, entre diversos sucessos, "O que É que a Baiana Tem", imortalizado por Carmen Miranda; O Império Austro-húngaro declara guerra à Sérvia, deflagrando o início da I Guerra Mundial; Wenceslau Brás é eleito presidente da República;
1915 – Nasce em Freiburg im Breisgau, Alemanha, o professor, compositor e musicólogo Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005), introdutor do dodecafonismo* no Brasil; *é um sistema de organização de alturas musicais
1916 – A "Revista do Brasil" - publicação dedicada a resgatar os valores da cultura nacional e discutir os principais problemas do país - é lançada em SP, sob a direção de Monteiro Lobato, o famoso autor de clássicos da literatura infantil que têm como cenário o Sítio do Pica-pau Amarelo;
1917 Donga (1889-1974), compositor de choros e sambas, e amigo de Villa-Lobos, consagra-se com o sucesso de "Pelo telefone", com letra de Mauro de Almeida; Zequinha de Abreu (1880-1935), paulista de Santa Rita de Passa Quatro, compõe o choro "Tico-Tico no Fubá", que vem a ser imortalizado na voz de Carmen Miranda;
1918 – Em Curitiba - PR, nasce Alceo Bocchino, compositor, regente, pianista, e colaborador de Villa-Lobos; Pela segunda vez, Rodrigues Alves se elege presidente da República. Passados oito meses, contrai a gripe espanhola, e o vice-presidente Delfim Moreira ocupa seu lugar; Fim da I Guerra Mundial;
1919 – Estréia na sala de espera do cinema Palais, no Rio de Janeiro, o conjunto Os Oito Batutas, tendo em sua formação, entre outros, Pixinguinha e Donga; Nasce em Manaus, capital do estado do Amazonas, o compositor e regente Claudio Santoro, cuja produção carrega forte influência dos ensinamentos obtidos com Koellreutter; Com a morte do presidente Rodrigues Alves, novas eleições são marcadas e o pleito é vencido por Epitácio Pessoa;
1920 Mário de Andrade escreve "Paulicéia Desvairada". Poemas desse livro vêm a ser declamados pelo autor na Semana de Arte Moderna, em 1922, sob vaias;
1922 – A Semana de Arte Moderna, aconteceu nos dias 11 a 18 de fevereiro. Luciano Gallet apresenta, no Instituto Nacional de Música, no RJ, recital com obras de 30 compositores brasileiros. A reação por parte dos frequentadores do Instituto é tão violenta que se faz necessária intervenção policial para sua realização. Entre os autores está Ernesto Nazareth (1863-1934), compositor e pianista que escreve, entre muitas outras obras, "Odeon", "Apanhei-te Cavaquinho" e "Brejeiro"; Nasce, em Santos, o compositor Gilberto Mendes, fundador dos Festivais de Música Nova de Santos. Arthur Bernardes é eleito presidente da República.





Nenhum comentário:

Postar um comentário